No dia 28 de novembro de 2016, o mundo do futebol se despediu de uma equipe inteira da série A brasileira, a Chapecoense, quando seu avião caiu nas montanhas da Colômbia. Dos 77 passageiros a bordo, apenas seis sobreviveram, incluindo três jogadores da Chapecoense.

A equipe de Chapecó, cidade localizada no estado de Santa Catarina, vinha fazendo uma campanha surpreendente no Campeonato Brasileiro daquela temporada e estava na disputa da final da Copa Sul-Americana - um dos principais torneios de futebol do continente. O objetivo era nada menos que o maior título de sua história.

No entanto, mais do que esse objetivo, a Chapecoense estava realizando um sonho. Um clube que havia iniciado sua ascensão no futebol na década de 2000, quando deixou a série D do Brasileirão e subiu à série C, até chegar à elite, a série A. Era um time que buscava seu lugar ao sol no cenário nacional e internacional e que estava conseguindo se destacar.

Mas a tragédia do avião que iria levá-los à Colômbia mudou tudo. A equipe se preparava para a disputa da partida de ida da final da Sul-Americana contra o Atlético Nacional, de Medellín. O avião que transportava a equipe da Chapecoense para essa partida caiu nas montanhas de La Unión, nos arredores de Medellín, deixando um saldo de 71 mortos, entre eles 19 jogadores do time, além de membros da comissão técnica e dirigentes do clube.

A comoção no Brasil e no mundo foi imensa. As homenagens se multiplicaram em todo o país e em vários países do mundo. A hashtag #ForçaChape tornou-se uma das mais utilizadas nas redes sociais.

Mas as perguntas ficaram: Como aconteceu o acidente? Quem são os responsáveis? Por que a Chapecoense foi vítima desse acidente trágico?

A investigação logo descobriu que o avião havia ficado sem combustível. Como resultado dessa descoberta, a justiça colombiana responsabilizou a empresa LaMia Airlines, operadora do voo, por negligência. A empresa fora informada por uma tripulante que o combustível estava no limite, mas decidiu seguir em frente. O requisito mínimo que o avião deveria ter para o percurso era de 11.000 Kg, e a LaMia reservou apenas 9.600 Kg de querosene para este voo, o que era claramente insuficiente.

Mas a culpa não foi somente da empresa aérea. Havia outros culpados, como a autoridade da aviação civil boliviana, que permitiu o funcionamento de uma empresa aérea tão inadequada, assim como alguns dos tripulantes que não haviam questionado as condições do voo.

Infelizmente, a tragédia só foi confirmada quando o avião já estava em queda livre. Nove minutos antes do pouso em Medellín, o piloto dos jatos de escolta informou a controladora de tráfego aéreo local de uma emergência médica no avião da LaMia. Essa emergência, significando falta de combustível, levou ao desligamento de seus sistemas elétricos segundos depois. Os recordatórios de falta de combustível foram ignorados por parte da tripulação e da empresa aérea.

Para a Chapecoense e para o mundo do futebol brasileiro, essa tragédia não terá fim. A dor, a tristeza e a saudade são imensas. Eles jamais esquecerão esta data. Entretanto, a estrutura do futebol brasileiro tem que melhorar, pois a Chapecoense foi um exemplo disso. Ainda há lutas a serem travadas para que tal acidente nunca mais aconteça.